Estar certo vs. Estar tranquilo

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Vou começar o post de hoje direto no começo da história que achei interesse nesse dia, dia 17/02/2014. Acho que não tem necessidade explicar toda vez do que trata esse blog e tal. Se tiver curiosidade, leia nosso primeiro post.

Estava eu no ônibus, a caminho do trabalho, tudo ia tranquilo, quando ao parar numa das paradas próximas, uma multidão começou a entrar pelas portas de saída. Isso só podia significar uma coisa: ônibus quebrado à frente.

ônibus quebrado
Imagem: estoriasdovacaria.blogspot.com.br/


O pessoal entrou comentando, mas depois deu pra entender o que realmente aconteceu: na verdade o ônibus não quebrou, mas se envolveu numa batida de trânsito. Nem chamo de acidente, porque costumo dizer que pra chamar de acidente, só quando alguém se machuca. Se só estragou o carro, é só batida mesmo.

Pelos relatos das testemunhas, foi o seguinte:

- O ônibus e um "carro pequeno" ficaram lado a lado para entrar num balão (vai acompanhando a cena...);

- O ônibus entrou no balão; o carro, pela esquerda, também entrou, creio que logo depois, mas na vontade de ultrapassar o ônibus dentro do balão ou algo assim (olha só, eu não tô falando do balão do Torto não, tô falando de um balãozinho desses de quadra, que só cabe um carro... Acompanhe como as chances disso dar certo são praticamente nulas);

- Seguindo a lei da Física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, o lado esquerdo do para-choque traseiro "esbarrou" no retrovisor direito da cidadã, deixando-o em pedaços, pois a força foi proporcional à massa do ônibus, conforme foi explicado por nosso amigo Isaac Newton;

- Segundo os relatos, poucos passageiros perceberam a batida, pois fez pouco barulho. O motorista do ônibus prosseguiu o trajeto sem nem se preocupar. (Acho que somente ele sabe dizer de verdade se percebeu o impacto ou não);

Tendo imaginado essa cena, qual você acha que foi a reação da motorista do carro pequeno? Lamentar o equívoco, encostar o carro, ligar para alguém pedindo auxílio? Claro que não, meus amigos. Vocês acham que eu ia estar escrevendo essa história se aqui fosse o fim? A MULHER SAI EM PERSEGUIÇÃO ATRÁS DO ÔNIBUS, FECHOU ELE NA PARADA E ENTROU NO ÔNIBUS GRITANDO.

Cara, porque eu não peguei o ônibus mais cedo pra presenciar essa cena... Mas enfim, continuando. A mulher entrou e disse que o ônibus não ia poder seguir viagem enquanto não resolvesse. Estou resumindo em uma frase todo o escândalo, bate-boca, reclamação e revolta que deve ter rolado naquele ônibus. Alguns passageiros disseram que ela ficou na frente da porta e não queria deixar ninguém sair! Cara, essa mulher correu o risco de tomar uns sopapos, pq os homens não fariam isso, no entanto MAIS mulheres brabas era o que não ia faltar naquele ônibus!

Por fim, ela conseguiu o que queria, que foi parar o ônibus para resolver a situação com o motorista (que pensando bem, não sei se estava dirigindo certinho...), aceitou "liberar" os passageiros, mas recebeu alguns adjetivos, tais como "louca" e "escandalosa".

Acho que depois dessa história toda, não vou nem comentar mais nada, batida de trânsito só dá dor de cabeça! Só vou deixar dois pensamentos pra reflexão dessa vez:

"Quem é tardio em irar-se é grande em entendimento; mas o que é de ânimo precipitado exalta a loucura." Provérbios: 14:29 JFA
"O início de um desentendimento é como a primeira rachadura numa enorme represa; por isso resolva pacificamente toda a questão antes que se transforme numa contenda destruidora." Provérbios: 17:14 KJA

Fazendo o melhor, mesmo sendo diferente.

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Quinta-feira passada, dia 23/01, foi mais um dia em que fui pegar ônibus para ir ao trabalho. Quando eu estava a uns 200 metros da parada, vi o ônibus que eu ia pegar parando no ponto. Essa é aquela hora que você tem que se decidir: ou assume que perdeu o ônibus, afinal não vai dar tempo de chegar a tempo, ou lembra que vai se atrasar demais se perdê-lo e resolve dar a vergonhosa corridinha pedindo pro motorista esperar por você. Escolhi a segunda opção e tive sorte do motorista ser gente boa.

Dessa vez eu ia ter que me contentar em viajar em pé mesmo, pois o ônibus já estava enchendo e não tinha mais onde sentar. Mas pra quem já conseguiu pegar o ônibus, nem ia reclamar, já tava de bom tamanho. Como sempre resta aquela esperança de que pode ter algum assento vazio, dei uma olhada no ônibus todo para ver se tinha algum lugar vago e me deparei com essa cena:



O cidadão da foto não se conformou em levar sol quente no rosto durante toda a viagem e preparou uma espécie de mini-toldo na janela do ônibus, usando uma camiseta presa com pedaços de fita isolante.

Num primeiro momento, fiquei pensando que neste mundo "tem gente pra tudo". Mas depois concluí que aquele senhor estava sendo mais esperto do que todos os que estavam sentados daquele lado do ônibus, a despeito de parecer engraçado ou ridículo para alguns. Esse é o tipo de pessoa que não fica esperando e lamentando por um problema, mas procura fazer algo para resolver ou ao menos contornar uma situação adversa. Se eu fosse um empregador, esse seria o tipo de pessoa que eu gostaria de ter na minha empresa. Se já trabalhasse pra mim, daria uma promoção!

As outras pessoas poderiam estar achando engraçado (como eu) ou talvez ridículo, mas o fato é que todos os outros ali sentados estavam tomando sol quente e ele não.

Em alguns momentos da vida, nós precisamos tomar atitudes ou ações que pra muitas pessoas podem parecer ridículas, mas que lá no fundo você sabe que é o melhor. Muitas vezes é preciso medir bem até mesmo conselhos que recebemos, mesmo de pessoas que nos amam. É preciso analisar com calma para tomar a melhor decisão e posteriormente uma melhor forma de agir numa determinada situação.

Se baseado em algum bom princípio  você percebe que algo é certo e bom para se fazer, mesmo que outras pessoas não levem a sério, tenha a coragem de se posicionar. O cidadão do ônibus pode ter sido falado por muita gente, mas chegou no seu destino sem tomar sol quente.

"E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus". Romanos: 12:2

Chicletes e bom ânimo por 2 reais

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Vez ou outra vou de ônibus para o trabalho para deixar o carro com minha esposa, quando ela precisa resolver algum problema durante o dia. Não vejo problema nenhum nisso, pois quando ando de ônibus quase sempre presencio situações ou histórias que merecem ser contadas (ou escritas num blog).

Hoje, uma segunda-feira meio nublada, peguei o ônibus de manhã com a disposição que uma segunda-feira pode oferecer, ou seja, muito pouca. Cheguei na parada bem na hora que meu ônibus estava chegando, poderia ter perdido, mas peguei. Digamos então que isso foi bom.

Pouco tempo depois, ouvi a voz de um senhor dentro do ônibus que parecia estar conversando com alguém, mas depois percebi que ele estava vendendo alguma coisa. "Hora do lanche!", dizia ele com empolgação. "Promoção relâmpago! Tem paçoca, amendoim, halls, tudo original!" Uma senhora riu quando ele disse isso, mas não foi suficiente para fazê-la comprar algo.

Eu estava sentado na parte da frente, logo após a catraca, então quando fui olhar pra trás pra ver quem era, percebi que ele já estava bem próximo de mim, um senhor de bigode com alguns cabelos brancos bem penteados, calça jeans e camisa social quadriculada. Ele dava bom dia a cada pessoa do ônibus, sem ter resposta. Quando se dirigiu a mim, acenei o "bom dia" com a cabeça.

Nesse momento me senti mal pela indiferença das pessoas, inclusive da minha indiferença. Após uma certa insistência dele, a cobradora aceitou uma paçoca que ele estava vendendo, no que ele entregou-lhe três paçocas. Foi então que cutuquei o braço dele e perguntei:

- Quanto é o chiclete?
- Custa 1 real, mas na promoção eu faço 3 cartelas por 2 reais! Vale mais a pena!

Aí eu pensei "putz.... Eu sabia que o chiclete era 1 real, o preço costuma ser esse... era o que eu tava disposto a pagar, agora ele quer que eu pague 2 reais? E o que eu vou fazer com tanto chiclete?..."

Logo depois que pensei isso, me veio duas perguntas na mente: 2 reais vão me fazer tanta falta hoje? E quanto vale 2 reais pra esse senhor, que aparentemente não vendeu nada neste ônibus até agora?

Tirei os 2 reais da carteira, ele agradeceu e disse que eu poderia tirar as cartelas de chicletes de uma cesta que ele carregava. Tirei 2 cartelas de hortelã e uma de uva. Ele conferiu com o olhar e tirou panfletos do bolso. "Deus te abençoe!" disse ele enquanto me entregava um dos panfletos, um folheto com mensagens bíblicas. Ele ofereceu também para uma senhora que estava ao meu lado, que aceitou prontamente. Outras pessoas ao redor pediram também o folheto, para saber do que tratava.

Ele ficou satisfeito com isso e disse: "Sempre tem pessoas interessadas em ouvir a Palavra de Deus".

O que tenho a dizer sobre essa história, é que valeu a pena comprar aqueles chicletes. Ver aquele senhor com tanta disposição para trabalhar e para falar de Deus às pessoas, numa manhã nublada de segunda-feira, me ensinou muita coisa.

O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos. Provérbios 13:4

Ajudar e ser ajudado

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Esses dias deixei meu carro no conserto e tive que ir ao trabalho de ônibus pela manhã. Era uma manhã chuvosa em Brasília e eu já estava um pouco atrasado. Me arrumei com pressa tentando lembrar de todas as coisas habituais que levo quando saio pra trabalhar. Consegui uma carona com um amigo até o ponto de ônibus e cheguei a tempo de pegá-lo logo depois.
Fonte: blogtoputo.blogspot.com.br
O ônibus estava cheio e, como de costume, separei a passagem com antecedência num bolso da calça. Ao tirar o dinheiro do bolso, percebi que contei errado e faltavam 50 centavos. Parei antes da roleta e pedi que as pessoas atrás de mim passassem, enquanto tirava a carteira do bolso para tirar o restante do dinheiro. Mas aí percebi uma coisa: a carteira não estava no meu bolso.

Num primeiro momento, não me preocupei tanto, pois também costumo colocar minha carteira dentro da minha pasta. Com um pouco de dificuldade (em pé, no ônibus cheio), abri um pouco o zíper da pasta e coloquei a mão para tatear e tentar achar a carteira. Mas não conseguia encontrá-la. Quanto mais tempo passava e eu não conseguia encontrar a carteira, começou a vir à minha mente: "Não acredito... esqueci minha carteira!... e agora, como é que eu vou fazer???"

Nesse meio tempo, uma senhora que aparentava 60 e poucos anos, sentada num banco reservado a melhor idade logo a minha frente, cutucou o ombro de um rapaz ao seu lado e disse apontando para um senhor que estava em pé:

- Olha, esse senhor é idoso e precisa se sentar. Você pode se levantar para dar lugar a ele? - de uma forma irônica e determinada, porém educada.

O rapaz olhou em volta os olhares acusadores dos outros passageiros e se levantou bem lentamente, todo sem graça, enquanto a senhora ainda completou: - Você ainda vai chegar nessa idade...

Enquanto voltava à preocupação sobre minha carteira, a mesma senhora, sem perceber o que estava me acontecendo, se ofereceu para segurar minha pasta. Aceitei e pensei que ela poderia me ajudar, segurando a pasta enquanto eu procurava melhor a carteira. Mas antes que eu pudesse falar algo, ela pegou a pasta, pôs deitada sobre o colo e voltou a olhar para a janela. Fiquei sem graça com toda a situação, mas vi naquela senhora alguém que poderia me ajudar quanto à passagem.

Me senti muito constrangido, mas toquei no ombro dela e pedi para falar no seu ouvido:

- Eu sei que é complicado... mas acho que esqueci minha carteira e estão me faltando 50 centavos da passagem... será que a senhora poderia me ajudar?...

Ela levantou a cabeça... olhou para mim... depois olhou para o outro lado... e segundos depois falou:

- Eu vou ver aqui. Antes de você ter que descer, fale comigo de novo. Acho que tenho algumas moedas aqui que vão dar. Porque na verdade, eu não pago passagem. - e sorriu.

A resposta daquela mulher e a forma como me falou me deixaram com uma mistura de alívio e admiração. Fiquei observando essa senhora e me dei conta que talvez ela não tivesse muito mais do que aquelas moedas que tinha citado. Me senti envergonhado por ter pedido dinheiro a ela, mas ao mesmo tempo me senti muito grato por ela ter aceitado me ajudar. Tentando ainda solucionar a situação, pensei um pouco e disse a ela que iria procurar melhor pela carteira na pasta. Abri mais a pasta e comecei a explorar cada canto dela, compartimento por compartimento.
Onde estaria a bendita carteira???

Para minha surpresa, lá estava a carteira no fundo da pasta! Ao pegar a carteira com a mão, sorri para a senhora e disse: "ACHEI!", e ela respondeu com um sorriso. Eu disse: "obrigado pela disposição de me ajudar!" e ela novamente sorriu e disse:" Tudo bem! Vá com Deus!"

Passei pela roleta, continuei em pé, mas passei o restante da viagem pensando na atitude daquela senhora. Provavelmente eu nunca mais a veria, de uma certa forma ela também sabia disso, mas mesmo assim aceitou me ajudar.

Hoje em dia é muito difícil encontrar pessoas que queiram ajudar ao próximo. Cada um busca resolver os próprios problemas e não acham que tenham alguma obrigação de ajudar os outros. No entanto, percebo que o melhor a fazer é ajudar quando alguém precisa, seja em alguns centavos ou em outras situações corriqueiras da vida.

Reflita sobre o quanto você tem ajudado outras pessoas. Você já deixou de ajudar alguém pensando simplesmente "eu não!"? Pense melhor das próximas vezes. O próximo a precisar de alguma ajuda pode ser você.


Data original do texto: 03/02/2013

Olá mundo! (Sobre o blog)

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Estou criando este blog para relatar histórias reais que eu tive ou tenho a oportunidade de vivenciar quando pego transporte coletivo ou vou de carro para o trabalho. Não é sempre que preciso pegar ônibus mas, vez ou outra, vejo uma cena ou acabo conhecendo pessoas que me impressionam de alguma forma, seja por algum absurdo ou por alguma história de vida. Vez ou outra me acontece alguma coisa enquanto dirijo também.

O que tenho aprendido é que cada pessoa é única e cada um tem uma história que deveria ser contada.

Vou reunir aqui as histórias que vi entre minha casa e o trabalho, que eu acho que merecem ser divulgadas.

Espero que você goste do que vai ler aqui! :)